“O sertão vai virar mar
É o mar virando lama
Gosto amargo do Rio Doce
De Regência a Mariana” Fala Mansa e Gabriel o Pensador
Você se lembra do desastre ambiental ocorrido pelo rompimento da barragem de Fundão em novembro de 2015 no município de Mariana?
Sabemos que muito se fala e pouco se faz a respeito disso. As pessoas (com razão) reclamam e esperam que a Samarco, demais empresas responsáveis e o governo tomem providências. Sim, a justiça tem que ser feita e medidas precisam ser tomadas. Mas será que nós, pessoas comuns, poderíamos fazer algo para ajudar? Eis que surge em Brasília um pessoal jovem e cheio de garra, que arregaçou as mangas e se uniu para começar a contribuir com as vítimas do desastre.
O projeto Ocupe Rio Doce surgiu a partir da parceria de 4 instituições de Brasilia (Engenheiros sem fronteiras –Núcleo Brasília, Ocupe o Lago, Comitê Estudantil pelo meio ambiente- CEMA e Longsisters BSB) para ajudar a mitigar os impactos causados pela maior tragédia ambiental brasileira, que deixou mortos, feridos e desabrigados, contaminou o solo e as nascentes e tirou o sustento de milhares de famílias, prejudicando a fauna, flora e atividades econômicas como a pesca, a agricultura, a pecuária, o turismo e o comércio.
Uma das maiores áreas atingidas por essa calamidade foi a zona rural. Como o solo e a água estão contaminados e inapropriados para o uso, o Projeto tem o intuito de ajudar as famílias pela capacitação e replicação de tecnologias sociais em água e saneamento básico, ensinando à população de maneira simples e econômica a construir um sistema de captação de água pluvial e uma bacia de evapotranspiração para tratamento sustentável do esgoto para cada residência. Desta maneira, as famílias poderão usufruir de água limpa para consumo próprio e para irrigação, ao mesmo tempo que utilizarão um sistema de tratamento de esgoto adequado e não poluente.
A equipe do Projeto Ocupe Rio Doce é formada por pessoas das mais diversas áreas: estudantes, biólogos, publicitários, engenheiros civis, elétricos, florestais, ambientais, agricultores familiares, advogados, arquitetos, permacultores, turismólogos, administradores, entre outros, e estão muito organizados, ganhando força e fazendo aliados. Eles estiveram na região de Mariana em algumas expedições, onde dialogaram com autoridades, com a Samarco, visitaram os locais mais devastados e conversaram com vítimas do desastre para coletar dados, criar parcerias e conhecer de perto a triste realidade da tragédia.
No mês de março, realizaram seu Projeto Piloto em Brasília, no Sítio Velho Chico, onde treinaram e capacitaram os voluntários que ajudarão a implementar as tecnologias nas regiões rurais mais afetadas do município de Mariana.
Atualmente o Projeto tem recebido doações de empresas e pessoas e captado recursos através de crowdfounding para a terceira expedição, onde ocorrerá efetivamente o treinamento aos moradores locais e demais voluntários da região.
Conheça mais o projeto através do site http://ocuperiodoce.org/ e pela página do facebook www.facebook.com/ocuperiodoce . Além disso, você pode contribuir fazendo uma doação através do http://juntos.com.vc/pt/ocuperiodoce.
A ação de projetos como esse nos faz refletir que, por mais que o governo e a iniciativa privada tenham que fazer a parte deles, nós podemos também sair da zona de conforto e fazer a nossa, criando e apoiando projetos transformadores, exercendo a nossa cidadania e a nossa humanidade.